sábado, maio 19

Crítica: The Wall (1982)


Em 1979, após o sucesso do álbum The Dark Side of the Moon, sendo considerado um dos mais vendidos da história, a banda Pink Floyd fizera mais dois álbuns, o bem sucedido Wish You Were Here e Animals, alcançando sucesso internacional, e eis que surge uma das últimas obras-primas da banda inglesa, o álbum conceitual de opera rock The Wall, que conta a história de Pink, um rockstar que está em um quarto de hotel e que enlouquece em meio a memórias de infância, que inclui o pai morto na Segunda Guerra, a mãe super-protetora e a repressão e humilhação dos professores do qual sofria na época. A ideia de fazer o álbum foi após um incidente com um fã, em que Waters cuspiu nele após se irritar com uma confusão de fãs na turnê In the Flesh, que fez ele se imaginasse construindo um isolamento entre os fâs, na qual Waters explorou, criando um material novo para o álbum na base deste conceito.

Em 1982, Roger Waters, o baixista e líder da banda na época escrevera o roteiro para cinema baseado no álbum, com direção de Alan Parker, que era um fã da banda, em um filme que seria um musical que variasse entre cenas com atores e animações feitas pelo cartunista político Gerald Scarfe, que fizera a famosa capa do LP de The Wall, e intitulado Pink Floyd The Wall, o filme agrada tanto a crítica quanto os fãs da banda, em que nas imagens se misturam alucinações com memórias da infância e completam as letras das músicas do álbum, criando uma experiência surreal e grotesca envolvidas pelo colapso mental do personagem principal.

O acerto do musical (que está longe do modelo empregado por Hollywood), que transbordam suas músicas depressivas e expressivas junto a imagens de tamanha expressão quanto a das letras, está em realmente passar todos os temas que o álbum abordava como abandono e isolamento, simbolizada pela famosa parede metafórica.

A fotografia contribui para todas as cenas, seja no campo de batalha, seja na casa onde Pink vivera, no quarto de hotel em que Pink se hospeda e enlouquece, além do ótimo trabalho de câmera, intimista e que explora sutilmente o cenário, em uma das coisas que se aprendera no cinema de Hitchcock e sua Janela Indiscreta, mostrando um apelo realmente cinematográfico, em uma adaptação de um disco.

Como o roteiro é de Roger Waters, tem bastantes temas e detalhes que não foram ignorados no filme, principalmente as referências ao Syd Barrett, que fundara e liderara a banda entre 1964 e 1968 e fez desta a pioneira do rock psicodélico, tal gênero que foi abandonado pela banda pelo rock progressivo após a turbulenta saída do líder que tinha afundado nas drogas, causando um colapso mental que fizera que sua participação no Pink Floyd fosse insustentável, porém a partir do álbum The Dark of the Moon até este comentado, há diversas referências a ele, principalmente no álbum Wish You Were Here, em The Wall, grande parte se concentra no protagonista Pink, além de algumas referências autobiográficas de Waters.

Destaque para as cenas feitas em animação por Gerald Scarfe pelos seus traços que compõem a mente de Pink cheio de figuras grotescas, além de uma obsessão pelo enfermo, no qual é reconhecido nos seus trabalhos como cartunista.

Cada faixa do álbum original causa arrepios com suas imagens também graças a ótima montagem do filme, dando destaque para a cena que se tornara um famoso video-clipe do hit da banda conhecida como Another Brick in the Wall, em destaque a parte dois, fazendo uma crítica a padronização de idéias e comportamento através da ditadura da educação, cujo modelo inglês é conhecido por ser rígido como no famoso refrão:

"We don't need no education.
We don't need
No thought control.
No dark sarcasm in the classroom.
Teachers, leave them kids alone.
Hey! Teacher! Leave them kids alone!
All in all it's just another brick in the wall.
All in all you're just another brick in the wall."

Pink Floyd The Wall está longe dos filmes musicais que estamos acostumados, e isso é um fato, em que suas imagens engrandecem ainda mais a música de uma das maiores bandas de rock da história: Pink Floyd, criando um espetáculo audio-visual incrível, de um dos maiores álbuns da história.

Nota: 8/10

ÁLBUM ORIGINAL DE THE WALL, DO PINK FLOYD DE 1979



FILME COMPLETO DE 1982, POSTADO PELO CANAL OFICIAL DE ROGER WATERS, EM INGLÊS SEM LEGENDAS


2 comentários:

  1. 8/10????? eu daria 10/10 sem piscar!!!! the wall é o clássico dos clássicos...recomendadíssimo!!!!

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