segunda-feira, dezembro 30

Memória: o último adeus aos que se foram em 2013

Por Wendell Marcel

Todo fim de ano os sites e blogs fazem suas listas de melhores filmes lançados nos cinemas. Contudo, é com tristeza que também relembramos os nomes daqueles que nos deixaram: atores, atrizes, diretores, roteiristas e todos aqueles que fazem o cinema acontecer. 

A seguir algumas personalidades que perdemos nesse ano de 2013.



Peter O'Toole, aos 81 anos (ator)
1932 - 2013



Roger Ebert, aos 70 anos (crítico de cinema e roteirista)
1942 - 2013



Nagisa Oshima, aos 80 anos (diretor e roteirista)
1932 - 2013



Graham Stark, aos 91 anos (ator)
1922 - 2013



Norma Bengell, aos 78 anos (atriz e diretora)
1935 - 2013



Elmore Leonard, aos 87 anos (escritor e roteirista)
1925 - 2013



Dennis Farina, aos 69 anos (ator)
1944 - 2013



Joan Fontaine, aos 96 anos (atriz)
1917 - 2013



David R. Ellis, aos 60 anos (diretor)
1952 - 2013



Walmor Chagas, aos 83 anos (ator)
1930 - 2013



Julie Harris, aos 88 anos (atriz)
1925 - 2013



Jorge Dória, aos 93 anos (ator)
1920 - 2013



August Schellenberg, aos 77 anos (ator)
1936 - 2013



Eileen Brennan, aos 81 anos (atriz)
1932 - 2013



Jim Kelly, aos 67 anos (ator)
1946 - 2013



Tony Musante, aos 77 anos (ator)
1936 - 2013



Ray Harryhausen, aos 93 anos (engenheiro de efeitos visuais)
1920 - 2013



Bigas Luna, aos 67 anos (diretor e roteirista)
1946 - 2013



Karen Black, aos 74 anos (atriz)
1939 - 2013



Eleanor Parker, aos 91 anos (atriz)
1922 - 2013



Valérie Benguigui, aos 47 anos (atriz)
1961 - 2013



Kumar Pallana, aos 95 anos (ator)
1918 - 2013



Richard Griffiths, aos 65 anos (ator)
1947 - 2013



Ray Dolby, aos 80 anos (engenheiro de som)
1933 - 2013



Syd Field, aos 78 anos (autor de manual de roteiro)
1935 - 2013



Patrice Chéreau, aos 69 anos (diretor, roteirista e ator)
1944 - 2013



Giuliano Gemma, aos 75 anos (ator)
1938 - 2013



Antonia Bird, aos 54 anos (diretora)
1959 - 2013



Liu Chia-Liang, aos 77 anos (diretor e ator)
1936 - 2013



Richard Matheson, aos 87 anos (escritor e roteirista)
1926 - 2013



Esther Williams, aos 92 anos (atriz)
1921 - 2013



Otto Sander, aos 72 anos (ator)
1941 - 2013



Ted Post, aos 95 anos (diretor)
1918 - 2013



Bernadette Lafont, aos 75 anos (atriz)
1938 - 2013



Damiano Damiani, aos 91 anos (diretor)
1922 - 2013



Stuart Freeborn, aos 99 anos (maquiador)
1914 - 2013



Alfredo Landa, aos 80 anos (ator)
1933 - 2013



Anna Proclemer, aos 89 anos (atriz)
1923 - 2013



Mariangela Melato, aos 71 anos (atriz)
1941 - 2013



Nigel Davenport, aos 85 anos (ator)
1928 - 2013



Ed Lauter, aos 74 anos (ator)
1938 - 2013



Tony Lip, aos 82 anos (ator)
1930 - 2013



Paul Walker, aos 40 anos (ator)
1973 - 2013



Zózimo Bulbul, aos 76 anos (diretor e ator)
1937 - 2013



Cory Monteith, aos 31 anos (ator)
1982 - 2013


sábado, dezembro 28

Crítica: De Olhos Bem Fechados (1999)


Por Maurício Owada

"A última obra de um gênio, mas uma das poucas coisas
que ele ainda tinha em mente"

Stanley Kubrick estabelece nos primeiros minutos, uma família plenamente estabelecida, um casal belo com uma filha doce e a árvore de Natal brilhando belamente com um amontoado de decorações. Eles vão a uma festa e ambos, separadamente, oscilam entre o compromisso do casamento e a aventura sexual após serem flertados. Claro que após aquilo, tudo corre muito bem até que os personagens, sob efeito de maconha, acabam discutindo e Alice (Nicole Kidman) confessa ao seu marido, o médico William Harford (Tom Cruise) que sentira atração por outro homem e que teria fugido e largado tudo, se tivesse tido a chance. Atônito, acaba seguindo noite à dentro no meio de Nova York e acaba indo parar em uma seita secreta que cultua o sexo.

De Olhos Bem Fechados (Eyes Wide Shut) é uma viagem quase onírica aos desejos e não trata apenas do tema sexo, o cineasta vai além e em seus personagens, recheados de frustrações e paixões inconfessas. Kubrick analisa não só o comportamento desses indivíduos, como a sociedade que os ronda. O músico que largou a faculdade de medicina, uma moça apaixonada por alguém casado ou uma prostituta são alguns dos personagens que serve de base para o olhar do Kubrick não só dos anseios do ser humano, como as relações funcionam entre eles, seja a orgia generalizada na seita ou uma relação fria.

Apesar do filme andar bastante devagar no começo, o filme de Kubrick só começa a se tornar mais interessante e misterioso em sua segunda metade, aonde eventos estranhos sucedem a noite de sexo completo e é aí que a mão do diretor fica mais presente, mesmo que não seja o seu filme que apresente com ênfase as características visuais que definem o seu estilo, apesar da belíssima e bizarra cena do ritual, com máscaras estranhas e desformes sob a trilha-sonora densa e enigmática de Jocelyn Pook. Como na maioria dos filmes, a música nos filmes do cineasta varia entre hits como Baby Did a Bad Bad Thing, de Chris Isaak até a música erudita de György Ligeti e seu Musica Ricercata No. 2, cuja versão tocada no filme foi gravado por Dominic Harlan, que ajuda a denotar o tom de suspense e ao mesmo tempo, de onirismo.

Mesmo com Tom Cruise como protagonista, já que o filme é regido pelo olhar dele em sua maior parte, é Nicole Kidman é quem domina a cena, ficando bem claro na confissão dos desejos de sua personagem, construindo uma esposa que segue o seu dever de esposa, controlando as chamas do puro desejo sexual que está prestes a explodir. Contando com a participação especial de Sydney Pollack e sua última cena é a prova de Kubrick, que é mais conhecido pela simetria e outros elementos em sua composição imagética que reproduziu em seus filmes e tornou o seu estilo único, também era um grande roteirista (que escrevera em conjunto com Frederic Raphael), construindo diálogos bem construídos que trás uma ambiguidade, que é ressaltada pela fotografia aonde predomina as cores quentes, como o laranja e principalmente o vermelho (bastante presente nos cenários de seus filmes), contrastando com uma cor fria como o azul que aparece pontualmente em momentos chaves.

Não é o melhor filme de Stanley Kubrick, mesmo com uma estética aguçada refletida na fotografia, na direção de arte e na mise-en-scéne, não possui o impacto de seus trabalhos anteriores, é menos transgressivo ou inovador, mas ainda, é um filme que consegue fechar com chave de ouro a carreira de um gênio.

Nota: 8,5/10,0




Trailer:

sexta-feira, dezembro 27

Sessão Curta+: Day of the Fight (1951)

Filme: Day of the Fight
Direção: Stanley Kubrick
Roteiro: Stanley Kubrick
Gênero: Documentário
Origem: EUA
Duração: 16 minutos
Sipnose: O curta documenta um dia na vida do pugilista Walter Cartier, no auge de sua carreira, se preparando para uma luta contra o lutador negro peso-médio Bobby James, ocorrido no dia 17 de Abril de 1950. Foi o primeiro trabalho de Stanley Kubrick como cineasta.

*Dica: aperta no item da lateral do vídeo para expandir a imagem.

Filme:


quinta-feira, dezembro 26

Os 25 melhores filmes vistos em 2013


Por Wendell Marcel


Nesse ano de 2013 vi mais de 250 filmes de longa-metragem, fora as revisitações, sendo eles dos mais variados gêneros e capítulos da cinematografia mundial. Como cinéfilo não consegui ver mais filmes do que gostaria, mas vi os melhores, os que valem as horas, feriados e finais de semana nada perdidos, pelo amor ao Cinema. Claro, tive algumas decepções, pois ninguém está livre dos filmes feitos "nas coxas". No entanto, até esses fraquinhos ensinam um pouco pra gente. 

Assim, desses vários títulos que conheci nesse ano que nos deixa, decidi selecionar 25 produções que devem ser lidos/degustados por todos os espectadores e cinéfilos assíduos por novas narrativas e formas de contar uma história, e de se emocionar com ela. A seleção está recheada com filmes para todos os gostos. 

Espero que gostem da lista, preparei com muito carinho para vocês. Feliz ano novo e viva o Cinema!



25. Elena (2012), de Petra Costa



24. Ken Park (2002), de Larry Clark e Edward Lachman



23. O Segredo dos Seus Olhos (2009), de Juan José Campanella



22. Tiros em Columbine (2002), de Michael Moore




21. Ben-Hur (1959), de William Wyler




20. Conterrâneos Velhos de Guerra (1991), de Vladimir Carvalho




19. Festa de Família (1998), de Thomas Vinterberg




18. Manhattan (1979), de Woody Allen




17. Além das Montanhas (2012), de Cristian Mungiu




16. A Regra do Jogo (1939), de Jean Renoir




15. A Parte dos Anjos (2012), de Ken Loach




14. Umberto D (1952), de Vittorio de Sica



13. Testemunha de Acusação (1957), de Billy Wilder



12. Quem Tem Medo de Virgínia Woolf? (1966), de Mike Nichols



11. As Amizades Particulares (1964), de Jean Delannoy



10. A Noite Americana (1973), de François Truffaut





9. Gata em Teto de Zinco Quente (1958), de Richard Brooks





8. O Garoto (1921), de Charles Chaplin




7. Tatuagem (2013), de Hilton Lacerda



6. Do Mundo Nada Se Leva (1938), de Frank Capra



5. O Discreto Charme da Burguesia (1972), de Luis Buñuel



4. A Caça (2012), de Thomas Vinterberg



3. Depois de Lucia (2012), de Michel Franco



2. Entre os Muros da Escola (2008), de Laurent Cantet



1. O Anjo Exterminador (1962), de Luís Buñuel


Menções honrosas:
1. Os Miseráveis (2012), de Tom Hooper
2. Um Estranho no Lago (2013), de Alain Guiraudie
3. O Hobbit: A Desolação de Smaug (2013), de Peter Jackson
4. Gravidade (2013), de Alfonso Cuarón
5. O Demônio das Onze Horas (1965), de Jean-Luc Godard