Por Maurício Owada
"Homem de Ferro 3 diverte mais e é maior que os anteriores
assim como suas falhas na estrutura e na narrativa"
Seja como for seu papel dentro do Universo Marvel, apesar de ser mais conhecido como um dos membros dos Vingadores, foi com este personagem bilionário, playboy, egocêntrico e brilhante chamado Tony Stark cuja armadura de combate é abastecido pela energia do reator em seu peito que o mantém vivo, que levou a Marvel a ser um dos maiores estúdios do cinema atualmente, atingindo seu ápice em Os Vingadores - Avengers (The Avengers, 2012) (clique aqui para ler a crítica). Enfrentou o melhor amigo do seu pai que o traiu e um cientista russo que queria se vingar de sua família e seus erros do passado. A trajetória do herói se tornou uma agradável aventura tanto pela competente direção de Jon Favreau nos dois primeiros filmes e a atuação fantástica de Robert Downey Jr., que reacendeu das cinzas após uma longa crise com drogas.
Nesta terceira aventura, Tony Stark enfrenta um vilão muito mais perigoso, Mandarim, personagem que trava uma guerra particular extremista contra os EUA através do terrorismo. Ao mesmo tempo, surge Aldrich Killian com uma nova tecnologia nomeada de Extremis que trazem de volta membros amputados de pessoas e aumenta as capacidades do corpo e da mente, para uso bélico. Neste meio tempo, Tony começa a sofrer de ataques de pânico como resultado do trauma dos acontecimentos do filme Os Vingadores.
O terceiro filme abre novas possibilidades a narrativa; se as variadas armaduras do Homem de Ferro agradam o público e dão uma dinamicidade a Tony em momentos de grande perigo (além de fazer a Marvel ganhar dinheiro com mais e mais bonequinhos), ele explora melhor as outras habilidades do herói quando sua armadura está danificada e invade uma mansão desprotegido de forma sorrateira explorando o lado mais "stealth" de um herói que se caracteriza por ser indiscreto e que entra em ação com uma traje pesado e barulhento.
Também há espaço para o Patriota de Ferro ou Máquina de Combate, interpretado por Don Cheadle, e até Pepper Potts (Gwyneth Paltrow) se torna mais interessante dentro da trama e eleva sua importância. Nas cenas de ação, Shane Black (roteirista de Máquina Mortífera) não fica devendo para Jon Favreau e as cenas de ação são bem conduzidas, uma obrigação para um filme pipoca do gênero. Porém, o roteiro tem furos, seja em relação a nanotecnologia bélica (momentos que certas horas, fogem da verossimilhança do mundo do Homem de Ferro) ou seja mesmo mostrando o ataque de pânico de Tony, ele apenas possui um mal-estar, respira fundo e passa, tirando a gravidade do seu drama e não convence, soando gratuito e não ajuda para o desenvolvimento do personagem. Guy Pearce está muito bem como um dos vilões e Ben Kingsley, como sempre, está excelente como o Mandarim.
Abrindo a fase pós-Vingadores, Homem de Ferro 3 (Iron Man 3)expande o universo Marvel dentro do cinema e abre o carpete para as continuações de Thor e Capitão América, dando continuidade ao sucesso que os filmes de super-heróis possuem atualmente, uma situação que era bastante diferente até o final dos anos 90. E em relação aos seus anteriores, a sua estrutura é diferente e trabalha os personagens de forma diferente, em um roteiro que decide ousar com uma tremenda reviravolta (mas que não acrescenta muito), mas que possui problemas sérios de narrativa e uma cena pós-créditos que, sinceramente, não vale a pena ficar até o final para ver. Ao todo é divertido e cumpre bem o seu papel em um filme maior aos seus antecessores.
*CUIDADO!! ALERTA DE SPOILERS, ALERTA DE SPOILERS!!!
A tal reviravolta que foi dito no último parágrafo foi a questão de o Mandarim não existir, e sim ser uma criação midiática: um ator contratado por Aldrich Killian para fazer o Mandarim, para que se criasse um alvo "conveniente" e distraísse o governo americano dos reais planos de Aldrich. O fato dividiu opiniões, alguns ficaram indignados levando em conta sua importância nos quadrinhos do Homem de Ferro, enquanto outros defenderam por ser uma crítica a política e cultura americana de ódio e demonização de seus inimigos ao público em geral, algo comum desde a guerra contra os comunistas. E isso é impressionante para um filme voltado a fãs de quadrinhos, e mostra que até mesmo a Marvel Studios pode ousar em seu filmes de grande apelo comercial.
Outra questão: Era uma trilogia? Homem de Ferro 3 pode não ter sido vendido ao público como uma, mas seu final deixa essa ideia, mesmo com um final de uma desnecessária e desinteressante cena pós-créditos que diz que Tony Stark voltará, isso ainda pode estar sob discussão contando com o fato do ator dizer não estar querendo voltar mais ao personagem, e depois assinou um contrato para mais dois filmes da Marvel, o que podem ser Vingadores 2 e 3, o que faz com que ele possivelmente volte ou não com a armadura escarlate. Enfim, o que você acha do futuro do Homem de Ferro dentro do cinema?
Nota: 7/10
Trailer:
Excelente crítica, no entanto nunca gostei dos filmes de Iron Man.
ResponderExcluir[SPOILERS!]
ResponderExcluirSobre o plot twist, tbm é bom lembrar que a IMA iria lucrar muito com a guerra ao terror, ao ter o Mandarim e o Vice Presidente assumindo a presidência. Eu comento mais sobre no meu texto defendo o filme no meu blog. :)