Por Wendell Marcel
"O que você enfrentaria para salvar a sua família?"
O texto a seguir contém partes do filme, leia pondo sua conta em risco.
O diretor espanhol Juan Antonio Bayona mostrou toda a sua pegada de segurar a narrativa e tornar o filme interessante durante vários minutos em O Orfanato (El Orfanato, 2007). Neste último ano, o diretor surpreendeu a todos com o filme que conta a história de uma família separada por um grande desastre natural. Esse longa de Bayona não só emociona, como também utiliza de artifícios super inteligentes para também fazer com que a experiência de pai, mãe e filhos se tornem a dos próprios espectadores. É uma grande aventura. Uma grande emoção.
O Impossível (Lo Imposible), título mais que sugestivo, começou a chamar a atenção bem antes de sua estreia nos cinemas. O trailer super bem feito, editado com intensas cenas do filme trazia em menos de 2 minutos todos os desafios que a família americana teria que passar, no ano de 2004 na Tailândia, atingida por uma enorme tsunami. O desastre destruiu parte da costa do país e matou milhares de pessoas, nativos e estrangeiros. Também destruiu as terras litorâneas, com a bela natureza paradisíaca, eliminando toda uma cultura local. Foi para esse lugar maravilhoso que o casal Maria e Henry, e seus três filhos Lucas, Simon e Thomas, viajaram em férias. Na noite posterior ao Natal, a família tomava banho de piscina, se divertiam jogando bola, tomavam sol. Tudo corria bem.
Em seguida a essas cenas de lazer, começa uma das mais intensas e bem realizadas sequências utilizando efeitos especiais da história do cinema. Exagero, com bastante boa vontade. Bayona comprova que usar de tecnologia a favor da construção da história pode muito bem engrandecer a perspectiva do filme. São quase 10 minutos de medo, gritos, transtorno, e emoção por ver uma família sendo separada, incorrendo a premissa que todos podem estar mortos, ou pior: que alguns podem ter morrido, e outros estarem vivos. Após o primeiro momento, mãe e filho vão em busca dos outros dois irmãos e do pai; havendo um paralelo entre a narrativa do pai e dos irmãos menores, ainda vivos. A partir disso, encontros e desencontros acontecem, emoções a flor-da-pele quando a sobrevivência é posta em jogo. Não existe a opção de viver ou morrer: tem que viver para encontrar o restante da família, e salvá-los da situação a qual estão impostos.
Nisso, o roteiro de Sergio G. Sánchez é bem redondinho. Ele constrói facilmente a história seguindo cada personagem na aventura de sobreviver a toda aquela destruição. A fome não existe, a dor não empata as duras caminhadas na floresta; o corpo dilacerado não sente exaustão. É apenas a força de vontade que move a família, agora separados. O filme é baseado, sutilmente, é claro, em fatos reais, e imaginar a encenação quando na vida real torna tudo mais interessante. E emocionante. Aliás, lágrimas tornam a cair em cenas finais e nos momentos de encontro dos pais e dos filhos. Um suspense final, em relação a vida de Maria faz parte de todo o achado psicológico criado por Bayona; genial! Nesse ponto, as atuações atmosféricas de Naomi Watts (21 Gramas), Ewan McGregor (Sentidos do Amor) e Tom Holland estruturam todo o drama. Alguns críticos dizem ser a atuação do trio, acima do filme; nego e falo que são a base dele.
Um dos quadros mais bem equipados com conceitos sobre amor e união, ganha o ano de 2012 como um dos melhores filmes da década, quando avaliado sobre sua competência em introduzir o espectador na história. Mesmo levados por uma compilação de sentimentalismos, jogados pra lá e pra cá nas reviravoltas, o leitor/espectador não tem como fugir de tudo aquilo exposto na tela. É a vida contra a morte. E a morte não pode ser aceita, tem que ser combatida com todas as forças. O Impossível não é só um filme que mostra até que ponto pode ir o amor pelos seus semelhantes, mas uma espetacular obra que trata da sobrevivência, não por si, mas pelos outros que necessitam de você. O amor que pode sobreviver mesmo diante de um dos maiores desastres naturais da história da humanidade.
Nota: 8,5/10,0
Trailer:
eu me superei vendo esse filme, cara
ResponderExcluirfui ao cinema com uma amiga só por ir, nem sabia que filme era. me apaixonei! depois voltei três vezes mais no cinema pra levar outras pessoas pra assistir! foi um dos melhores filmes que eu já assisti na vida, sem querer ser exagerada.
sério, é incrível! que cena é aquela de quando a água vem, gente? lembro até hoje do meu pai assistindo do meu lado, fazendo careta enquanto o lucas se debatia debaixo do tsunami.
eu sempre quis, desde pequenininha, ver como era um tsunami, mas os filmes que eu assitia nunca me aproximaram tanto assim de um.
e a atuação dos pequenininhos? uma graça! parecem pequenos adultos, muito fofinhos e talentosos!
simplesmente uma obra prima!
que bom que tenho uma aliada em gostar desse filme!
Excluirassim como você fui mais vezes no cinema re-assistir, levando outras pessoas :)
Meio que me decepcionei na primeira vez que assisti, mas ainda pretendo rever. Quem sabe não cresça na revisão.
ResponderExcluir"[...]ganha o ano de 2012 como um dos melhores filmes da década!"
ResponderExcluirNota: 8,5/10,0
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A sequência do tsunami é fantástica e algumas cenas muito interessantes, como a busca do garoto pelas pessoas perdidas no hospital, mas na minha opinião perde pontos com a exagerada coincidência no reencontro da família.
ResponderExcluirabraço
Eu particularmente gosto bastante desse filme, apesar de ter sido trucidado quando assumi isso. Se levarmos em conta o fato de ser um filme pequeno da Espanha, o resultado ficou perfeito.
ResponderExcluirAbraço!
Graças a DEUS uma boa crítica!
ResponderExcluirEm um outro site deu nota 2 de 5! Ah, por favor né?
Primeiramente parabéns ao autor dessa análise que, embora pequena, simplesmente me animou. A principio pensei que fosse apenas mais uma daquelas "críticas" que ficam contando cenas do filme (Crítica só se for na casa deles! Ficar contando cena de filmeé tudo, menos crítica!). Muito bom!
Agora, sobre o filme, é sensacional. É interessante porque, sendo sincero, pensei que iria me emocionar na cena com os pai das crianças, mas a mãe (Naomi Watts) interpretou de um modo com seu filho Lucas que foi uma sensação incrível.
Indo além, o filme me instigou tanto que pesquisei mais sobre Tsunamis e... O modo como o diretor e o cenógrafo representaram o lugar ficou supremo(Tanto o hotel quanto o hospital)! Isso é apenas um dos detalhes que estou falando. Um comentário já feito aqui foi sobre os efeitos especiais.
Enfim, não vou fazer uma crítica aqui (Preciso de site para isso... kkk);
Valew! E desculpa a exaltação. kkkk
O filme realmente é muito bom!
ExcluirE essa exaltação é compreensível; também senti o mesmo :)
Abraço
ATÉ AGORA O MELHOR FILME QUE JÁ ASSISTI = A PAIXÃO DE CRISTO, E O IMPOSSÍVEL O SEGUNDO MELHOR FILME DA MINHA VIDA, PARABÉNS!!!
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