"A música mostrada não apenas como ofício,
mas como forma de demonstração da obsessão pela perfeição"
A comparação com Cisne Negro (Black Swan, 2010) é inevitável, ambas as obras lidam com jovens tentando ser perfeitos em seus ofícios, ainda na flor da juventude, sofrendo atingir a perfomance perfeita com muito suor e sangue, e um grande desgaste emocional. Em Cisne Negro, todo o suspense psicológico eleva ao clímax catártico e trágico. O final de Whiplash não exala tanta tragédia e drama no desgaste emocional do aspirante a baterista de jazz Andrew (Miles Teller, monstruoso) ao ápice do seu talento, sob a sombra de um regente que lida com seus músicos como um general, com tortura psicológica e às vezes, agressão física, numa atuação brilhante do já veterano ator J.K. Simmons, como Fletcher.
Damien Chazelle é um diretor com um trabalho de misé-en-scene notável, através dos ensaios e apresentações que tomam proporções dramáticas e a interação dos atores com os instrumentos torna toda a abordagem do diretor tremendamente autêntica, aproveitando da montagem para dar força à própria música, seja a que dá nome ao título ou Caravan, que toma o embate final entre aprendiz e mentor, aonde se mistura rivalidade, ressentimento, raiva e admiração, esclarecida por um sorriso final no palco, o local apoteótico aonde tudo foi regido por suor, sangue e música. Aonde a perfeição artística encontra seu lugar decisivo e dramático ao som de um bebop.
Nota: 9,5/10,0
Trailer:
Só uma correção: Charlie "bird" Parker era Saxofonista.
ResponderExcluirTo ligado, só esqueci de especificar no texto, mas obrigado por lembrar ;)
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