terça-feira, janeiro 27

Crítica: A Teoria de Tudo (2014)


Por Maurício Owada

"Cinebiografia trás um filme acomodado demais, 
diante de uma figura ousada que ultrapassou os limites da ciência"

Grandes personalidades sempre rendem filmes chamativos, já que a própria persona é o grande atrativo e a escalação de elenco pode ser tanto óbvio quanto impressionante. É o caso do ator Eddie Redmayne, que de aparência elegante e sempre com um ar charmoso, o jovem artista demonstra um estudo e um esforço em encarnar o cosmólogo Stephen Hawking desde o início até o estágio atual de sua doença, que não o permite a ter os movimentos musculares voluntários devido a doença degenerativa que descobriu no auge de sua juventude, quando iniciava uma das suas primeiras teorias que chamaria a atenção da ciência.

A Teoria de Tudo (The Theory of Everything) conta sobre a história de Stephen e Jane Hawking (Felicity Jones), como se conheceram até o casamento cheio de dificuldades, conforme ambos criam sentimentos por outras pessoas, numa relação complexa aonde a prioridade por uma mutualidade e ao mesmo tempo, um tempo para eles mesmos é sentido em cada olhar cansado de Jane ou o olhar desconfiado de Stephen, o acerto da direção é no trabalho com os atores, mas James Marsh é pouco inspirado na condução da narrativa, que não sai do lugar comum, usa e abusa dos recortes do cotidiano como se fosse uma filmagem caseira. Tais recursos dão uma dinamicidade, mas o roteiro de Anthony McCarten é muito linear e explora pouco da ciência no olhar de Hawking, aonde as mudanças de ideia são citadas, mas pouco exploradas, afim de trazer um interesse do assunto para o espectador.

Infelizmente, além do desempenho brilhante de Redmayne, assim como de Felicity Jones e uma belíssima trilha-sonora, A Teoria de Tudo não oferece muito, mas McCarten pelo menos não é covarde em retratar as intimidades do casamento dos Hawking, não mascara as personalidades de cada um e isso acaba sendo um ponto a mais para o projeto, mas ela sofre do mesmo mal de muitas obras que concorrem ao Oscar, que é a falta de um maior propósito artístico. Começa no primeiro plano e termina no último, não transcende além disso - típico filme de Oscar.

Nota: 7,0/10,0




Trailer:

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