Por Maurício Owada
"Cinebiografia trás um filme acomodado demais,
diante de uma figura ousada que ultrapassou os limites da ciência"
Grandes personalidades sempre rendem filmes chamativos, já que a própria persona é o grande atrativo e a escalação de elenco pode ser tanto óbvio quanto impressionante. É o caso do ator Eddie Redmayne, que de aparência elegante e sempre com um ar charmoso, o jovem artista demonstra um estudo e um esforço em encarnar o cosmólogo Stephen Hawking desde o início até o estágio atual de sua doença, que não o permite a ter os movimentos musculares voluntários devido a doença degenerativa que descobriu no auge de sua juventude, quando iniciava uma das suas primeiras teorias que chamaria a atenção da ciência.
A Teoria de Tudo (The Theory of Everything) conta sobre a história de Stephen e Jane Hawking (Felicity Jones), como se conheceram até o casamento cheio de dificuldades, conforme ambos criam sentimentos por outras pessoas, numa relação complexa aonde a prioridade por uma mutualidade e ao mesmo tempo, um tempo para eles mesmos é sentido em cada olhar cansado de Jane ou o olhar desconfiado de Stephen, o acerto da direção é no trabalho com os atores, mas James Marsh é pouco inspirado na condução da narrativa, que não sai do lugar comum, usa e abusa dos recortes do cotidiano como se fosse uma filmagem caseira. Tais recursos dão uma dinamicidade, mas o roteiro de Anthony McCarten é muito linear e explora pouco da ciência no olhar de Hawking, aonde as mudanças de ideia são citadas, mas pouco exploradas, afim de trazer um interesse do assunto para o espectador.
Infelizmente, além do desempenho brilhante de Redmayne, assim como de Felicity Jones e uma belíssima trilha-sonora, A Teoria de Tudo não oferece muito, mas McCarten pelo menos não é covarde em retratar as intimidades do casamento dos Hawking, não mascara as personalidades de cada um e isso acaba sendo um ponto a mais para o projeto, mas ela sofre do mesmo mal de muitas obras que concorrem ao Oscar, que é a falta de um maior propósito artístico. Começa no primeiro plano e termina no último, não transcende além disso - típico filme de Oscar.
Nota: 7,0/10,0
Trailer:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Aqui é o seu espaço, pode deixar seu comentário, sugestão ou crítica que logo iremos respondê-lo!