Por Maurício Owada
"Um final épico, uma obra-prima do gênero,
de uma obra-prima da literatura"
Eis que chega a conclusiva e catártica parte da trilogia inspirada nos livros mais aclamados do mestre da fantasia,
J.R.R. Tolkien.
Peter Jackson conclui exausto, mas com grande chave de ouro, a saga do
Um Anel, que tem que ser levada para Mordor para ser destruída e eliminar com a ameaça de Sauron, o Senhor do Escuro.
Se todos os aspectos da literatura
tolkieniana, como o seu universo detalhado pela belíssima direção de arte ou a poesia como no monólogo de Sam (
Sean Astin), no último filme da trilogia, o que se destaca é o embate e a redenção. O fim do Um Anel, as resoluções das jornadas de Frodo (
Elijah Wood), Aragorn (
Viggo Mortensen), o elfo Legolas (
Orlando Bloom), o anão Gimli (
John Rhys-Davis) e o agora, mago branco Gandalf (
Ian McKellen). Todos lutarão em prol do cumprimento da missão de um pequeno indivíduo que terá que transpassar exércitos terriveis de Orcs e a loucura do Gollum/Smeagle (
Andy Serkis).
Peter Jackson eleva o nível da palavra épico, principalmente na batalha de Gondor, quando homens e orcs se enfrentam e o roteiro ainda trás gratas surpresas com o rumo da história, dando destaque para cada um presente na guerra, como Éowyn (
Miranda Otto), que têm uma passagem tremendamente importante, uma personagem forte que deseja lutar ao lado dos homens do que esperar por eles em sua casa. A saga de Tolkien pouco a pouco, chega a seu momento derradeiro, já que apesar de lutas e mais lutas contras as forças de Sauron, através de diversas tramas paralelas, que ao todo divergem para um mesmo interesse, o mais importante é de Frodo e Sam, que precisam lidar com a sedução do Um Anel e a cobiça traiçoeira de Gollum, em meio a um caminho cheio de perigos.
Mas se em questão de roteiro, o cineasta,
Philipa Boyens e
Fran Walsh transpuseram na tela muito bem, o universo da Terra-Média, ela peca pela metragem excessiva, num longuíssimo terceiro ato, ainda que feche o arco de cada personagem, mais uma vez numa belíssima narração de Sean Astin, embalada pela literatura tolkieniana.
O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei (
The Lord of the Rings: The Return of the King) é a grande catarse, o enfrentamento do mal, por isso é normal que maior parte do filme seja mais ação, dando destaque para as grandes batalhas, pecando em pequeníssimas coisas - um grande feito devido a grandeza dos livros na cultura e sua importância - que são perdoadas devido a qualidade do roteiro, da direção, das atuações e dos quesitos técnicos, importantes para a construção de um universo vasto e rico, criado a partir da mente de um autor que enxergava na fantasia, um reflexo do mundo real (J.R.R. Tolkien escreveu O Senhor dos Anéis na época da Segunda Guerra Mundial e foi dividido em três livros devido ao preço do papel para edição devido ao conflito).
Uma grande obra do cinema para uma grande obra da literatura moderna.
Nota: 9,5/10,0
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