Enquanto redijo essa introdução, assisto aos créditos finais de MIB -
Homens de Preto (Men in Black, 1997) e concluo que a aventura está longe de ser um grande
filme, com uma direção convencional, um clímax bem meia-boca e um final
nada apropriado para uma possível franquia (esse, um erro que maximiza a
condição de mero caça-níquel de MIB - Homens de Preto II [Men in Black II, 2002]). Nem os
efeitos especiais são tão revolucionários quanto se pensava na época,
viva em minha mente. Men in Black tem como ponto alto a atuação de Will
Smith, que se revelava mais que um comediante em ascensão, um futuro
grande astro de Hollywood, além de um aspecto ignorado no dispensável
Men in Black II e que retorna com fôlego novo na estreia da semana, MIB³ - Homens de Preto 3 (Men in Black 3, 2012): a magia do universo co-habitado por
criaturas de outro mundo, "bombado" com uma viagem no tempo que promove
diversas referências à efervescente década de 60 nos Estados Unidos.
Apesar do pé atrás com relação a MIB³, não tem como não se empolgar ao ver que o diretor Barry Sonnenfeld mantém a trilha e os créditos iniciais originais, um dos ensinamentos de George Lucas a quem pretende criar uma franquia clássica - ainda mais sendo um misto de aventura e ficção científica, como "Star Wars". O ponto alto em sua introdução, porém, é reservado pela entrada da belíssima Nichole Scherzinger (ex-Pussycat Dolls, namorada do piloto de Fórmula 1 Lewis Hamilton), uma espécie de femme fatale que ajuda na fuga do terrível vilão Boris, O Animal (Jermaine Clement) da prisão lunar em que cumpria pena perpétua. O destino de Boris é a Terra, onde vai utilizar uma máquina no tempo para assassinar o agente K (Tommy Lee Jones), que no momento de sua detenção decepa-lhe um braço. O problema maior é que K também foi o responsável pela instalação da Rede Arc, campo de força que impede a invasão da raça comandada pelo mesmo Boris. Assim, o agente J (Smith) precisa salvar seu parceiro e amigo, o que também impedirá a extinção de nosso planeta.
Como pode-se ver, o primeiro ato é simples, mas bem desenvolvido e que permite uma história sem muitos furos. O pequeno incômodo causado na primeira meia hora de projeção são algumas gags discutíveis, como a exploração de um sotaque alienígena (quem ainda ri disso, for Christ's sake?) e quando K enquadra um alien e o empurra contra uma fileira de panelas à altura de sua cabeça - esta pueril como um episódio da Turma do Didi. Essas, porém, são meras ressalvas em um longa-metragem que não se arrisca muito e capricha no que se propõe.
Apesar do pé atrás com relação a MIB³, não tem como não se empolgar ao ver que o diretor Barry Sonnenfeld mantém a trilha e os créditos iniciais originais, um dos ensinamentos de George Lucas a quem pretende criar uma franquia clássica - ainda mais sendo um misto de aventura e ficção científica, como "Star Wars". O ponto alto em sua introdução, porém, é reservado pela entrada da belíssima Nichole Scherzinger (ex-Pussycat Dolls, namorada do piloto de Fórmula 1 Lewis Hamilton), uma espécie de femme fatale que ajuda na fuga do terrível vilão Boris, O Animal (Jermaine Clement) da prisão lunar em que cumpria pena perpétua. O destino de Boris é a Terra, onde vai utilizar uma máquina no tempo para assassinar o agente K (Tommy Lee Jones), que no momento de sua detenção decepa-lhe um braço. O problema maior é que K também foi o responsável pela instalação da Rede Arc, campo de força que impede a invasão da raça comandada pelo mesmo Boris. Assim, o agente J (Smith) precisa salvar seu parceiro e amigo, o que também impedirá a extinção de nosso planeta.
Como pode-se ver, o primeiro ato é simples, mas bem desenvolvido e que permite uma história sem muitos furos. O pequeno incômodo causado na primeira meia hora de projeção são algumas gags discutíveis, como a exploração de um sotaque alienígena (quem ainda ri disso, for Christ's sake?) e quando K enquadra um alien e o empurra contra uma fileira de panelas à altura de sua cabeça - esta pueril como um episódio da Turma do Didi. Essas, porém, são meras ressalvas em um longa-metragem que não se arrisca muito e capricha no que se propõe.
Os efeitos visuais, por exemplo, são suficientes, não exagerados como no
fatídico MIB 2. Tecnicamente, o que há de mais ousado é a dublagem de
Tommy Lee Jones sobreposta à de Josh Brolin, versão jovem do agente K, e
o efeito, embora engraçado, beira a perfeição. O formato 3D é dos mais
precisos. Sutil, quase imperceptível, em 80% do filme, o que poupa a
vista do espectador para momentos propícios, como na ótima e interativa
cena em que J viaja no tempo. Aliás, a viagem no tempo foi uma sacada
genial de Will Smith, que se disse realizando um sonho de criança com a
incorporação de sua ideia pelo roteirista Etan Cohen (apenas a colocação
da letra H para diferenciar seu nome do consagrado Ethan Coen, de Fargo - Uma Comédia de Erros [Fargo, 1996] e Onde os Fracos Não Têm Vez [No Country For Old Men, 2007).
Assim que desembarca no ano de 1969, o agente J presencia hippies, músicas e costumes da contracultura (Woodstock na veia!), o que nos situa à época com eficiência e, surpreendentemente, contribui para o ritmo do longa. Mérito do roteiro explorar o talento de Smith como comediante para criar situações engraçadas, dando uma breve mostra do que era o racismo naquele tempo conturbado (um ano após a morte do ativista político Marthin Luther King) e o sentimento de que aquele "foi um ano ruim para os humanos", auge da Guerra Fria e da Guerra do Vietnã, como diz Jeffrey Price (Michael Chernus).
Nesse cenário de plena efervescência, como não podia deixar de ser, o jovem agente K vai colher informações com o agente W e, adivinhe: Andy Warhol, numa versão ainda mais caricata, alourada (ou seria esbranquiçada?), achincalhada do artista pop, o que reserva alguns dos momentos mais verdadeiramente engraçados do ano. A propósito, Etan Cohen faz ótimo uso de tipos variados de referências, destinadas a arrancar risadas (a ideia das celebridades alienígenas, única herança proveitosa de MIB 2, apontando tipos estranhos como Lady Gaga, Justin Bieber, Tim Burton, aparentemente o astro do futebol David Beckham [?], e o vocalista da hoje cinquentenária banda Rolling Stones, Mick Jagger, citado como um extraterrestre que veio ao mundo procriar) e acontecimentos históricos como a ida do homem à Lua e a improvável vitória dos New York Mets na World Series de Baseball em 69, fatos funcionais e orgânicos à trama.
Como avaliação comparativa entre o original e este MIB³ - Homens de Preto 3, me arrisco a dizer que a trilogia se encerra (será? Duvido!) com seu melhor capítulo, "redondinho". Maior prova disso é a amplificada amargura do envelhecido agente K, que jovem agente se mostrava um homem que amava a vida, ao ponto de se permitir um discreto affair com uma amiga de trabalho. Assim, descobrir o motivo de sua transformação emocional se torna uma mola propulsora que nos faz esperar o que terá provocado sua conhecida amargura. No final das contas, o roteiro não deixa pontas soltas, reserva um terceiro ato tão satisfatório e emocionante que faz o novato da cinessérie, Josh Brolin, protagonizar o ponto alto da franquia e, de quebra, preenche (e evidencia) um furo na produção de 1997.
Grata surpresa que faz dele mais que um filme imperdível aos fãs da série e/ou dos quadrinhos que a inspirou, mas uma agradável sessão indicada a toda família.
Via Agência Infoco News
Avaliação: 7/10