sexta-feira, maio 25

Crítica: Flores do Oriente (2011)


Yimou Zhang é um dos diretores do cinema chinês mais bem sucedido durante os últimos anos, em grande parte graças ao sucesso internacional de alguns de seus filmes como Herói (Ying Xiong, 2002) , Clã das Adagas Voadoras (Shi mian mai fu, 2004) e A Maldição da flor Dourada (Man Cheng Jin Dai Huang Jin Jia, 2006), Zhang não economiza na produção, literalmente, tanto que Maldição da flor Dourada foi ,na sua época de lançamento, o filme mais caro já produzido na China. O cinema desse realizador asiático é marcado por direção de arte luxuosa, cenários grandiosos, fotografia estilizada marcado pelo uso de filtros para destacar as cores em tons fortes e figurino espalhafatoso, por vezes chega a ser carnavalesco.

Em Flores do Oriente (Jin líng shí san chai, 2011) os adereços  falam mais alto que o roteiro, ou mais precisamente, tentam embelezar um roteiro que não tem nada de novo para oferecer ao espectador, na trama que se passa na China, durante a década de 30, podemos dizer que, um norte-americano (Christian Bale) acaba trancado em uma igreja, para se proteger da guerra, e então adota indenidade de padre para  tenta ajudar as vítimas da batalha, várias prostitutas e estudantes que convivem com o medo de serem violadas e assassinadas pelos soldados japoneses, não vou entrar em detalhes de como a situação se estabelece para não soltar nenhum spoiler.

Logo o que temos aqui é um filme de guerra, encenado da maneira mais espetaculosa imaginável, o interesse não esta no confronto na batalha ou nas pessoas que participaram ou sofrem seus efeitos, mas no seu potencial de impressionar pelas explosões, sofrimento e pelo idéia de heroísmo forçada retratada por olhar pomposo, por vezes  lembra um sub - O Resgate do Soldado Ryan (Private Ryan, 1998).

O direto não tem nenhum interesse em fazer nenhum comentário sobre a guerra e o papel  da China e do Japão, de um maneira mais aprofundada, geopolítica ou critica; os personagens chineses mais freqüentes no filme são as mulheres, as prostitutas e as estudantes, que são retratadas como seres frágeis e altamente dependentes de proteção, a presença de soldado chineses e pouca no filme, mas quando ele surge são retratados como bravos guerreiros dispostos a sacrificar pelo seu país enquanto os japoneses são retratados como violentos e toscos, não que seja intenção do diretor mostrar que a China foi uma vitima e o Japão um vilão durante a invasão de  Nanquim, pois o filme não tem nenhum interesse em fazer o comentário histórico, só de estabelecer seus heróis e vilões da maneira mais clichê possível .

No meio dos horrores da guerra o bravo ocidental que vai tomar para si missão de proteger as frágeis mulheres chinesas, vai descobrir o amor, o mais nobre dos sentimentos, é novamente os clichê falam mais alto, não sou daqueles que pensam que os clichês estragam o filme, mas sou daqueles que pensam que o clichês deve ter um bom tratamento para dar algum fôlego novo ao filme, e esse não o caso de “Flores do Oriente” que segue a cartilha de lugar-comum dos épicos românticos de guerra, e bem provável que o espectador com mais bagagem já antecipe o destino dos personagens  a partir de um certo ponto da trama, mas aqueles que só querem um novelinha água-com-açúcar  vai gostar, até porquê o filme parece ser feito sob-medida para agradar esse público.

Mas o filme ainda tem suas qualidades, Christian Bale, como se espera sai bem, e a fotografia é muito bonita, além de ter uns dois planos-seqüência bem filmados, até porquê esse não é nem um filme ruim, mas só um esquecível e irregular filme onde há muita alegoria e pouco enredo.

Avaliação: 5/10



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