Yimou Zhang é um dos diretores do cinema chinês mais bem
sucedido durante os últimos anos, em grande parte graças ao sucesso
internacional de alguns de seus filmes como Herói (Ying Xiong, 2002)
, Clã das
Adagas Voadoras (Shi mian mai fu, 2004) e A Maldição da flor Dourada (Man Cheng Jin Dai Huang Jin Jia, 2006), Zhang
não economiza na produção, literalmente, tanto que Maldição da flor Dourada foi
,na sua época de lançamento, o filme mais caro já produzido na China. O cinema
desse realizador asiático é marcado por direção de arte luxuosa, cenários grandiosos,
fotografia estilizada marcado pelo uso de filtros para destacar as cores em
tons fortes e figurino espalhafatoso, por vezes chega a ser carnavalesco.
Em Flores do Oriente (Jin líng shí san chai, 2011) os adereços falam mais alto que o roteiro, ou mais
precisamente, tentam embelezar um roteiro que não tem nada de novo para oferecer
ao espectador, na trama que se passa na China, durante a década de 30, podemos
dizer que, um norte-americano (Christian Bale) acaba trancado em uma igreja, para
se proteger da guerra, e então adota indenidade de padre para tenta ajudar as vítimas da batalha, várias
prostitutas e estudantes que convivem com o medo de serem violadas e
assassinadas pelos soldados japoneses, não vou entrar em detalhes de como a
situação se estabelece para não soltar nenhum spoiler.
Logo o que temos aqui é um filme de guerra, encenado da
maneira mais espetaculosa imaginável, o
interesse não esta no confronto na batalha ou nas pessoas que participaram ou
sofrem seus efeitos, mas no seu potencial de impressionar pelas explosões,
sofrimento e pelo idéia de heroísmo forçada retratada por olhar pomposo, por
vezes lembra um sub - O Resgate do
Soldado Ryan (Private Ryan, 1998).
O direto não tem nenhum interesse em fazer nenhum comentário sobre
a guerra e o papel da China e do Japão,
de um maneira mais aprofundada, geopolítica ou critica; os personagens chineses
mais freqüentes no filme são as mulheres, as prostitutas e as estudantes, que são
retratadas como seres frágeis e altamente dependentes de proteção, a presença
de soldado chineses e pouca no filme, mas quando ele surge são retratados como
bravos guerreiros dispostos a sacrificar pelo seu país enquanto os japoneses
são retratados como violentos e toscos, não que seja intenção do diretor
mostrar que a China foi uma vitima e o Japão um vilão durante a invasão de Nanquim, pois o filme não tem nenhum
interesse em fazer o comentário histórico, só de estabelecer seus heróis e
vilões da maneira mais clichê possível .
No meio dos horrores da guerra o bravo ocidental que vai
tomar para si missão de proteger as frágeis mulheres chinesas, vai descobrir o
amor, o mais nobre dos sentimentos, é novamente os clichê falam mais alto, não
sou daqueles que pensam que os clichês estragam o filme, mas sou daqueles que pensam
que o clichês deve ter um bom tratamento para dar algum fôlego novo ao filme, e
esse não o caso de “Flores do Oriente” que segue a cartilha de lugar-comum dos épicos
românticos de guerra, e bem provável que o espectador com mais bagagem já
antecipe o destino dos personagens a partir
de um certo ponto da trama, mas aqueles que só querem um novelinha água-com-açúcar
vai gostar, até porquê o filme parece
ser feito sob-medida para agradar esse público.
Mas o filme ainda tem suas qualidades, Christian Bale, como se espera sai bem, e a
fotografia é muito bonita, além de ter uns dois planos-seqüência bem filmados,
até porquê esse não é nem um filme ruim, mas só um esquecível e irregular filme
onde há muita alegoria e pouco enredo.
Avaliação: 5/10
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