sábado, janeiro 5

Crítica: O Hobbit: Uma Jornada Inesperada (2012)


Por Maurício Owada

"Bem-vindos de volta à Terra-Média!"

Após a trilogia O Senhor dos Anéis, que conquistou um grande público e até os fãs de J.R.R. Tolkien, a expectativa pela nova trilogia que abrangeria o livro O Hobbit, que inicia a exploração da Terra-Média na literatura, era uma jornada esperada, diferente de Bilbo que é pego de surpresa com uma proposta de aventura por Gandalf.


O Hobbit: Uma Jornada Inesperada (The Hobbit: An Unexpected Journey) pega todas as fórmulas que fez sucesso na trilogia anterior, a mesma trilha-sonora, um belíssimo epílogo, o grandioso cenário da Nova Zelândia, a interação entre personagens de diversas raças (hobbits, anões, elfos e magos) e claro uma direção de arte que não deixa a desejar para quem viu O Senhor dos Anéis, aliás, se para alguns, a conexão com a trilogia do Um Anel é bom por dar um tom nostálgico aos três filmes, é ruim, já que deixa o filme preso a algumas questões como a duração do filme. Podia se tirar bastante coisa lá que faria com que o filme não se tornasse enrolado, aliás, o Hobbit (o livro) é minúsculo em relação ao Senhor dos Anéis, se em um o problema dos filmes era ter informação demais para os filmes, aqui é o de menos, mas Peter Jackson e sua turma de roteiristas, que incluem também Guillermo Del Toro (que abandonou o projeto devido a problemas financeiros da MGM), e foi dado motivações aos personagens, entre eles Thorin Escudo de Carvalho, príncipe dos anões, mas que não pode assumir o trono por ter sido expulso pelo dragão Smaug (que não apareceu por completo, algo que deve ficar para outro filmes da trilogia).

Das atuações, não se pode reclamar, sir Ian McKellen arrebenta em sua quarta vez como Gandalf, O Cinzento, e trabalha melhor e se diverte mais em um personagem que em entrevista diz que gostava mais do que quando se tornava O Branco; Martin Freeman consegue, através de sua veia cômica, dar vida ao um personagem interessante, diferente de Frodo que já tinha uma veia aventureira, Bilbo mantém esse espírito corajoso preso através de sua rotina pacata no Condado, e um dos focos da história é essa transformação do pensamento do hobbit. Richard Armitage trabalha bem o príncipe anão que corre atrás de sua coroa e suas terras para a salvação de sua raça Thorin Escudo de Carvalho, a sua redenção é trabalhado gradualmente, é um anão perseverante e decidido, mas teimoso, aliás, a interação entre anões é muito bem trabalhada, seja a cultura ou o pensamento, e a cena em que eles cantam "Misty Mountain" é algo que faz arrepiar qualquer um. Não se pode esquecer de Andy Serkis e seu Gollum gerado por sua atuação e a tecnologia da Weta, que traz mais nuances na captura de movimentos de um grande ator por trás de um personagem digital.

Não vou poder falar dos 48 fps (High Frame Rate), mas algumas opiniões vêm dizendo que é um excelente recurso, e num filme imersivo como este, foi muito bem vindo junto com o 3D, que reforçam a experiência de poder sentir a Terra-Média, porém só o 3D normal já ajuda na magia da Terra-Média sob os espectadores. Peter Jackson traz uma nova trilogia, porém o mesmo universo num ponto de vista diferente, ele é menos sombrio, mais leve e divertido, e faz que o filme seja bom em todas as experiências possíveis, apesar de falhas, a tão esperada jornada inesperada não decepciona.

Avaliação: 8,0/10,0





Trailer:

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