“Punido por seu patrão, jornalista para retornar as
graças com ele, aceita escrever uma série de artigos sobre joveminfeliz
contaminada por rádio que possui pouco tempo de vida. Quando chega a pequena
cidade onde ela mora, é ludibriado, já que o médico já havia lhe dito que o
diagnóstico era errôneo: em realidade tratava-se de anemia – trata-se de um
médico incapaz e dado as bebidas – único dispoível no pequeno lugar. Ela se
cala e aceita se dirigir a new York e viver alguns dias de Cinderela como se
estivesse a viver os últimos.”
Alguns mais atentos verão nessa sinopse semelhança com
outro filme: Adorável Vagabundo (1941) de Frank Capra. Contudo Wellman e o
roteiro não possuem por trás a preocupação social que o siciliano possuía o que
enfraquece o seu resultado. Entretanto, esse não é desprezível. O roteiro
(escrito por várias mãos) possui algo daquela magia que (salvo raras exceções)
jaz perdida pelas gerações atuais. Wellman conhecido por seus Westerns e Filmes
de Guerras se não decepciona, também não empolga. Falta-lhe uma maior
desenvoltura para explorar as várias situações propiciadas pela história. Fica
centrado apenas no romance entre o par central, esquecendo-se assim de outros
achados: o jornalismo sencacionalista e a fome pela tragédia da população (que
a imprensa marrou como Datena e Marcelo Resende explora até hoje – Wilder exploraria
tão a perfeição no genial “A Montanha dos Sete Abutres”) Alguns personagens
ainda que caricatos, nos divertem muito: Connolly cria um dono de jornal
hilário, o engraxate/sultão é um achado, o méico alcólico divertido. Se Carole
Lombard se sente a vontade no papel, falta a March o cacoete necessário para
viver o personagem. Parte da falta de química da dupla central nasce dessa falta de traquejo de
Fredric para a comédia.
Alguns críticos
acostumados a ter contato com a safra perfeita daquela época: Capra, Lubitsch,
Hawks, Sturges, alguns La Cava e Leisen, certamente criticarão a obra e verão
nela diálogos pouco explorados a algumas situações que mais constrangem que
divertem ( O esquilo sobre as costas da protagonista e seu grit por exemplo)
Wellamn parece ser perder com o roteiro e não possui a versatilidade necessária
para trabalhar com o tema. A mise en scène soa insensata e monótona em vários
momentos; o gênero ao contrário disso pede e requer uma disciplina e um
manuseio das situações bem mais elaboradas por parte da direção. Apesar de
contidos em suas virtudes pela direção, notamos o conhecimento que possuíam do
que deveriam realizar em cena (exceto March). Apesar disso, o filme ainda
surpreende e o tema é pertinente até hoje. Prova suprema que o que falta para
os roteiristas de hoje é passearem seus olhos pelo que era produzido na velha
Hollywood. Como o filme caiu em domínio público as cópias em DVD nem sempre
trazem aquela preocupação em manter a obra a mais original possível. Isso não é
culpa do filme e nem desculpa para não o conhecermos. Garantida uma boa
diversão para quem se aventurar a vê-lo.
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