segunda-feira, novembro 11

Crítica: Thor: O Mundo Sombrio (2013)


Por Maurício Owada

"Filme surpreende com um roteiro bem estruturado
e atuações inspiradas"

Eis que inicia de vez a Fase 2 do Universo Marvel no cinema. Se em Homem de Ferro 3 (Iron Man 3, 2013), apenas se seguia a trajetória pessoal de Tony Stark, em Thor: O Mundo Sombrio, vemos este universo sendo expandido após os acontecimentos catastrófico em Nova York retratado em Os Vingadores: The Avengers (The Avengers, 2012).

Começando logo após a prisão de Loki (Tom Hiddleston)pela destruição que causou na Terra, ficando sob supervisão de Asgard. Thor (Chris Hemsworth)luta para manter a ordem entre os Nove Reinos, no momento em que se aproxima a Convergência: quando todos os reinos se alinham, anulando praticamente a fronteira deste universo com os universos sob proteção de Odin (Anthony Hopkins). Porém, uma antiga ameaça acorda, Malekith (Christopher Eccleston), líder dos Elfos Negros, que está atrás de uma antiga arma, o Éter, para trazer novamente a escuridão total para o Universo.

O primeiro Thor pode ter tido seus problemas de direção e roteiro, mas percebe-se o quanto os acontecimentos em Asgard são importantes dentro do universo Marvel e o modo como ela serve de via para outras histórias e cenários, já que a partir daí surgiu os elementos de fantasia e ficção-científica da versão cinematográfica. Aqui, Loki volta a ser melhor desenvolvido, indo além de um simples vilão, com um roteiro que toma mais tempo de aprofundá-lo e desenvolve mais as suas habilidades de trapaça e sua personalidade perspicaz, ao mesmo tempo que Tom Hiddleston consegue roubar a cena, saindo do vilão caricatural de Os Vingadores, desenvolvendo o personagem tridimensional que vimos no primeiro Thor.

Apesar do brilho de Hiddleston, o restante do elenco (que conta também com Natalie PortmanStellan Skargård, Rene Russo e Idris Elba) está equilibrado e os núcleos da Terra e de Asgard ganham um maior balanceamento e Chris Hemsworth está em uma atuação melhor, talvez devido a uma qualidade superior do roteiro. Todos os personagens dividem um pouco do humor, do romance, do drama e da ação, não escolhendo funções específicas para seus personagens, apesar de Kat Dennings se encarregar da maior parte das piadas. A estética do filme está bem mais apurada, Asgard é de encher os olhos e dá o diferencial dentro do universo, já que Thor é o único herói "místico" entre outros que foram gerados pela ciência da Terra e o cenário é o misto de um reino nórdico, com toques tecnológicos, que vive em constante contato com o espaço. Se no filme anterior, já era tudo belo, este ambiente ganha um toque especial com Alan Taylor (Game of Thrones) na direção, dando uma fotografia e uma direção de arte que nos lembra bastante da épica série de sucesso.

Apesar dos rumores de desentendimentos entre o diretor Alan Taylor e produtores, Thor: O Mundo Sombrio surpreende, numa época em que os filmes de herói já se tornaram banais demais e atinge um certo padrão de qualidade, mas expande seu universo e dá espaço para outros filmes da Marvel. Bem equilibrado, o novo filme da Marvel é diversão garantida, ao mesmo tempo que conta com um vilão à altura e dando continuidade a estrutura narrativa empregado no filme anterior dirigido por Kenneth Branagh (Henrique V, 1989) pela relação familiar entre Thor, Loki e Odin, que remete aos textos trágicos de Shakespeare. Uma boa surpresa da Marvel Studios.

*Dica: tem cenas pós-créditos, mas se tratando da Marvel Studios, logo não precisaremos avisar mais.

Nota: 8,0/10,0



Trailer:

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